A FLIPELÔ vai homenagear em sua nona edição, o romancista, dramaturgo e autor de telenovelas Alfredo de Freitas Dias Gomes, conhecido como Dias Gomes, que nasceu em Salvador, capital da Bahia, em 19 de outubro de 1922, e faleceu na cidade de São Paulo em 18 de maio de 1999, aos 76 anos.
Assim como Jorge Amado, Dias Gomes começou a escrever ainda na adolescência. Com apenas 15 anos escreveu sua primeira peça, ‘A comédia dos moralistas’, que ganhou o 1º lugar no Concurso do Serviço Nacional de Teatro em 1939.
Estreou no teatro profissional em 1942, com a comédia ‘Pé-de-cabra’, encenada no Rio de Janeiro e depois em São Paulo por Procópio Ferreira. A peça foi um sucesso e percorreu o país.
Na década de 1940, foi trabalhar em emissoras de rádio, fazendo adaptações de suas peças à radionovelas. Trabalhou nas rádios Pan-Americana, Tupi, Tamoio, Clube do Brasil e Nacional.
Também na década 1940, começou a escrever romances: ‘Duas sombras apenas’ (1945); ‘Um amor e sete pecados’ (1946); ‘A dama da noite’ (1947) e ‘Quando é amanhã’ (1948).
Na década de 1960, volta aos palcos com aquele que viria a ser o maior êxito de sua carreira: a peça teatral ‘O Pagador de Promessas’ (1960).
Adaptada para o cinema por Anselmo Duarte, em 1962, ‘O Pagador de Promessas’ foi o primeiro filme brasileiro a receber uma indicação ao Oscar e o único a ganhar a Palma de Ouro em Cannes.
Após o golpe militar de 1964, suas peças teatrais passaram a ser censuradas, já que continham crítica social, política e religiosa. Tornou-se um ativista em defesa das liberdades democráticas.
No final da década de 1960, recebeu convite da Rede Globo para escrever para a televisão. De 1969 a 1979, dedicou-se exclusivamente à emissora e agraciou o público com grandes obras que marcaram a história da telenovela brasileira: ‘O bem-amado’ (1973), ‘O espigão’ (1974), Saramandaia (1976) e ‘Roque Santeiro’ (1985), que deveria ir ao ar em 1975, mas não foi autorizada pela ditadura militar.
Em toda a sua carreira, Dias Gomes escreveu mais de 30 peças de teatro, oito livros, mais de 20 produtos televisivos (telenovelas, minisséries e seriados).
Recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Suas obras foram adaptadas e encenadas em diversos países, a exemplo dos Estados Unidos, Rússia, Cuba, Portugal, Argentina, Chile e México.
Dias Gomes foi casado duas vezes. O primeiro casamento foi com a escritora Janete Stocco Emmer (1925-1983), mais conhecida como Janete Clair, com quem teve quatro filhos: Alfredo Dias Gomes, Guilherme Dias Gomes, Marcos Plínio (falecido) e Denise Emmer. Após a morte de Janete Clair, casou-se com a atriz Bernadeth Lyzio em 1984. Eles tiveram duas filhas: Mayra Dias Gomes (escritora) e Luana Dias.
Integrou a Academia Brasileira de Letras (ABL). Foi o sexto ocupante da Cadeira 21, eleito em 11 de abril de 1991, na sucessão de Adonias Filho. Foi recebido na ABL pelo acadêmico Jorge Amado em 16 de julho de 1991.