É na casa de fachada azul, no Largo do Pelourinho, um dos principais pontos turísticos de Salvador, onde está guardado o acervo de Jorge Amado.
A vida e a obra do escritor são conhecidas, estudadas e lembradas por cerca de 100 mil visitantes que vão à Fundação Casa de Jorge Amado anualmente.
Aberta ao público em 7 de março de 1987, a Casa também dissemina a cultura e o fazer literário.
Clique aqui e saiba mais sobre a Fundação Casa de Jorge Amado!
A Fundação Casa de Jorge Amado realiza mais uma edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho (FLIPELÔ), celebrando a memória e o legado de um ícone do cenário cultural. O evento acontecerá de 6 a 10 de agosto de 2025, no Pelourinho, ocupando espaços do Centro Histórico de Salvador, com acesso gratuito em toda a programação.
A FLIPELÔ tem como objetivos principais estimular a literatura, principalmente entre os jovens, e preservar e valorizar a memória do escritor Jorge Amado, assim como a arte e a cultura da Bahia em todas as suas expressões. A FLIPELÔ, também, se revelou como um grande evento de incentivo para as editoras baianas, para a poesia e para novos escritores.
Destaca-se que a FLIPELÔ beneficia diretamente a comunidade contribuindo para o aquecimento do comércio, para o turismo e para todos as atividades produtivas do local e do seu entorno, devido à grande quantidade de pessoas que a cada edição visitam o Centro Histórico. Ano passado, 250 mil pessoas participaram dos 5 dias de festa.
A FLIPELÔ vai homenagear em sua nona edição, o romancista, dramaturgo e autor de telenovelas Alfredo de Freitas Dias Gomes, conhecido como Dias Gomes, que nasceu em Salvador, capital da Bahia, em 19 de outubro de 1922, e faleceu na cidade de São Paulo em 18 de maio de 1999, aos 76 anos.
Assim como Jorge Amado, Dias Gomes começou a escrever ainda na adolescência. Com apenas 15 anos escreveu sua primeira peça, ‘A comédia dos moralistas’, que ganhou o 1º lugar no Concurso do Serviço Nacional de Teatro em 1939.
Estreou no teatro profissional em 1942, com a comédia ‘Pé-de-cabra’, encenada no Rio de Janeiro e depois em São Paulo por Procópio Ferreira. A peça foi um sucesso e percorreu o país.
Na década de 1940, foi trabalhar em emissoras de rádio, fazendo adaptações de suas peças à radionovelas. Trabalhou nas rádios Pan-Americana, Tupi, Tamoio, Clube do Brasil e Nacional.
Também na década 1940, começou a escrever romances: ‘Duas sombras apenas’ (1945); ‘Um amor e sete pecados’ (1946); ‘A dama da noite’ (1947) e ‘Quando é amanhã’ (1948).
Na década de 1960, volta aos palcos com aquele que viria a ser o maior êxito de sua carreira: a peça teatral ‘O Pagador de Promessas’ (1960).
Adaptada para o cinema por Anselmo Duarte, em 1962, ‘O Pagador de Promessas’ foi o primeiro filme brasileiro a receber uma indicação ao Oscar e o único a ganhar a Palma de Ouro em Cannes.
Após o golpe militar de 1964, suas peças teatrais passaram a ser censuradas, já que continham crítica social, política e religiosa. Tornou-se um ativista em defesa das liberdades democráticas.
No final da década de 1960, recebeu convite da Rede Globo para escrever para a televisão. De 1969 a 1979, dedicou-se exclusivamente à emissora e agraciou o público com grandes obras que marcaram a história da telenovela brasileira: ‘O bem-amado’ (1973), ‘O espigão’ (1974), Saramandaia (1976) e ‘Roque Santeiro’ (1985), que deveria ir ao ar em 1975, mas não foi autorizada pela ditadura militar.
Em toda a sua carreira, Dias Gomes escreveu mais de 30 peças de teatro, oito livros, mais de 20 produtos televisivos (telenovelas, minisséries e seriados).
Recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Suas obras foram adaptadas e encenadas em diversos países, a exemplo dos Estados Unidos, Rússia, Cuba, Portugal, Argentina, Chile e México.
Dias Gomes foi casado duas vezes. O primeiro casamento foi com a escritora Janete Stocco Emmer (1925-1983), mais conhecida como Janete Clair, com quem teve quatro filhos: Alfredo Dias Gomes, Guilherme Dias Gomes, Marcos Plínio (falecido) e Denise Emmer. Após a morte de Janete Clair, casou-se com a atriz Bernadeth Lyzio em 1984. Eles tiveram duas filhas: Mayra Dias Gomes (escritora) e Luana Dias.
Integrou a Academia Brasileira de Letras (ABL). Foi o sexto ocupante da Cadeira 21, eleito em 11 de abril de 1991, na sucessão de Adonias Filho. Foi recebido na ABL pelo acadêmico Jorge Amado em 16 de julho de 1991.
Definitivamente o Pelourinho abraçou a FLIPELÔ e sem dúvida o evento conquistou o respeito e a atenção de toda a comunidades, moradores, donos de restaurantes, lojistas, vendedores ambulantes e artistas (galerias de arte) atuantes no Centro Histórico.
A FLIPELÔ promove diferentes “Rotas”: a gastronômica “Amados Sabores”, oportunidade em que são promovidas oficinas de qualificação em atendimento e boas práticas com alimentos, além de acompanhar a evolução do faturamento e da aceitação do público, a partir de pratos inspirados na temática da edição da festa literária.
A Rota das Artes envolve as galerias e atelieres do Pelourinho, quando, também, os artistas são estimulados a criar obras a partir do autor homenageado da edição.
Já a Rota dos Museus envolve diversos equipamentos culturais que abrem as suas portas gratuitamente ao público durante os cinco dias da festa literária.
Como parte do envolvimento da comunidade com a FLIPELÔ, muitos espaços criam uma programação específica através do circuito “FLIPELÔ+” com ampla participação de quase todas as instituições culturais situadas no Centro Histórico de Salvador.
Cenário de algumas das principais histórias de Jorge Amado, o Pelourinho abriga também um importante e raro conjunto arquitetônico, o primeiro do Brasil, em cuja estética se percebe a diversidade de fatos que moldaram a nossa história e nacionalidade.
É neste cenário que, durante cinco dias, que reunimos estudantes, críticos literários, autores, artistas e público em geral interessado em um evento onde a literatura esteja em evidência e em constante interação com outras linguagens artísticas.
